Vinte mil atletas na edição 84 da São Silvestre, prova internacional pelas ruas de São Paulo no último dia do ano. É encerrar o ano correndo. Estrutura recorde colocada à disposição dos corredores pela organização da prova nos 15 quilômetros a serem vencidos.
O momento agora é de apontar este ou aquele, esta ou aquela com o favoritismo da vitória. Não se pode tirar os quenianos nesta avaliação. Eles são os craques neste tipo de prova, no Brasil e no mundo inteiro. Tanto é que já começa a ocorrer restrição no trabalho deles.
A exemplo do que já acontece na Europa e nos Estados Unidos, a partir do mês que vem, a Confederação Brasileira de Atletismo estuda limitar o número de competidores do país em provas de rua no território nacional. Uma assembléia a ser realizada no dia 24 de janeiro deve decidir sobre isto.
Quando se ouve uma notícia como esta, a avaliação imediatista acaba reprovando. Afinal se eles são competentes e treinam a vida inteira para isto, nada mais justo que estejam sempre brigando pelo pódio. Outra opinião poderia ser a de que a prova é aberta e participa quem quiser, é a liberdade de escolha.
Mas vamos a algumas opiniões de quem participa e está mais envolvido no assunto. O Campeão pan-americano da Maratona e da São Silvestre 2006, Franck Caldeira diz que hoje em dia, qualquer prova que premie até com cestas básicas tem queniano participando e tirando comida do brasileiro. (Essa é forte hein, bateu fundo, apelou).
O histórico Vanderlei Cordeiro de Lima também é a favor da restrição. Ele acha a participação de estrangeiro importante para os atletas melhorarem o nível técnico, mas tem que haver critério como lá fora. (Tudo bem, já soa melhor, afinal ele entende das coisas e cativou a todos com a sua postura na Maratona de Atenas).
Já o técnico Moacir Marconi, que trabalha com quenianos há 12 anos e dos principais responsáveis pela difusão dos africanos nas competições nacionais, está irritando com a proposta e com a justificativa dos defensores da medida.
Para ele o profissional deve saber ganhar e perder. Segundo ele, é como ganhar no tapetão.
Já os atletas do Quênia evitam entrar em polêmica.
Eu acho que a estabelecer regras de participação, teria que servir para todos. Não só limitar quenianos ou jamaicanos ou quem quer que seja. Seria (então) extender limite para todas as nacionalidades, inclusive brasileira. Acho que seria a justiça.
De qualquer forma, polêmica a parte, a São Silvestre está aí e é um acontecimento de peso para fechamento de mais uma temporada do esporte. Boa sorte aos participantes, e feliz ano ano para todos… Agora… é quase 2009…
(AG)