Presidente Fábio Braga, do Mamoré, participou de entrevista no programa “Bola na Rede” da Rádio Clube 98, para apresentar os seus argumentos para a não participação do Mamoré, no Campeonato da Segunda Divisão, a terceirona mineira.
Segundo o dirigente, a decisão foi tomada em conjunto com o Conselho Deliberativo, depois de analisadas todas as possibilidades econômicas da agremiação, perante os elevados custos financeiros, inviabilizando completamente a disputa.
Fabinho iniciou suas declarações, falando do momento grave da agremiação.
“Foram feitas coisas erradas na última temporada, sendo trágicas para o clube. Houve também acertos. Mas, no balanço final, ficaram dívidas, algumas delas até outras gestões passadas. Tivemos que acertar algumas rescisões de jogadores e cobrir outros gastos.”
Fabinho deixou bem claro que a decisão de não participar é da presidência com o aval do Conselho Deliberativo, em reunião, em que todas as variáveis foram analisadas.
Diante disso, não foi enviado o ofício de confirmação da presença no Campeonato, que deveria ter sido despachado para a Federação Mineira de Futebol no dia 20, quinta-feira.
O Conselho Técnico está marcado para a próxima terça-feira (25).
“Foi levado ao Conselho, o orçamento do Campeonato e o total das dívidas a serem sanadas. A equipe de marketing esteve presente e não garantiria nem 20 por cento dos gastos. Houve unanimidade de ideias. Não podem me cobrar nada. Tudo foi passado a limpo e partilhei a situação com todos os conselheiros, que foram unânimes em se posicionarem para não disputar.”
“Pessoalmente queria disputar, apesar de ser uma terceira doída, mas tem que passar por ela. Assim, ficou decidido que o Mamoré não vai disputar esse ano.”
De acordo com o presidente, o levantamento feito por especialistas seria de um gasto por volta de R$ 500 mil reais. Confirmou que alguns clubes e até empresários fizeram proposta de cessão de jogadores, mas com salários e todas as despesas pagas pelo Mamoré.
“Dessa forma, fica difícil. Parceria funciona de outra forma, meio a meio, por exemplo. Agora, mandar jogador prá eu pagar, sem previsão de receita, não dá. Isso é por o time em campo e deixar aí R$ 300 mil de dívidas. Não quero isso. Não quero ficar marcado por fazer dívidas como outros deixaram. É o Mamoré em primeiro lugar. Agora, se chegar alguém disposto a bancar, é só me procurar. Se for o caso, pode assumir e eu me afasto. Com essa pandemia, com empresas em dificuldades, não há condições de investimento. Não faria isso.”
Sobre as críticas, Fábio Braga respondeu:
“Torcedor chiar é normal. Estou preparado prá isso. Pressão não funciona. Foi levado ao Conselho. Os conselheiros foram unânimes.”
Em tom de brincadeira, o presidente acrescentou:
“De repente, até o dia da reunião (terça) aparece alguém que tenha sido premiado na Mega Sena, prá nos ajudar”.
Sub-23
Finalmente, Fabinho falou de um convite feito pela Liga de Futebol de Uberlândia, para que o Mamoré participe de uma competição sub-23, com boa premiação. Alguns times do Triângulo e região, insatisfeitos com taxas da Federação e quebrados, já teriam aderido à competição.
“Não sei se vamos disputar. O gasto é menor, de cerca de 20 a 30 mi reais. Vou levar a sugestão ao Conselho Deliberativo para ser analisada. Se houver possibilidade, vamos disputar. Em caso contrário ficaremos o ano todo inativos para estruturar para 2022.”
Momento difícil
Em uma campanha irregular e de muitas dificuldades, potencializada pela pandemia do coronavírus, o Mamoré em 2020 no Módulo II. ficou enfraquecido na competição e acabou rebaixado. Desde o dia 31 de outubro do ano passado, com a derrota em Juiz de Fora para o Tupi por 3×1, já se sabia que o desafio a seguir seria começar do zero.
Em 30 de novembro de 2020 foi feita a nova eleição, realizada na sede do Rotary Clube, na rua Maranhão. José Luiz Borges Júnior assumiu no dia 1º de dezembro, com mandato até 30 de novembro de 2022. Com a eleição recente, pela primeira vez, como vereador à Câmara Municipal de Patos de Minas, José Luiz compareceu ao “Bola na Rede” da Rádio Clube 98, dizendo que o seu principal objetivo seria: “Montar um time competitivo no segundo semestre (2021) para a disputa do campeonato”. Houve a promoção do Churrasco Premiado logo a seguir.
No entanto, no dia 20 de janeiro deste ano, tanto o Presidente José Luiz Borges Júnior, quanto o seu vice, José Eustáquio de Faria Júnior, apresentaram suas cartas de renúncia e foram seguidos por diversos membros da diretoria.
José Armando Resende, presidente do Conselho Deliberativo, publicou novo edital de convocação para novas eleições. E no dia 6 de março de 2021, foi eleita a chapa única, “Conservadora Esmeraldina”, tendo à frente o presidente Fábio Henrique Braga, iniciando mais um mandato até 5 de março de 2023.
Por: Adamar Gomes