O treinador da URT, Welington Fajardo, é o convidado do AG Esporte, prá falar desse momento do Trovão Azul, no Campeonato Mineiro. Depois de um início complicado, enfrentando equipes difíceis e tendo o dissabor de ter o seu jogo contra o Cruzeiro remanejado para Sete Lagoas por conta da Pandemia, a equipe encontrou o seu futebol na fase intermediária da competição.
Faltando três rodadas para o encerramento da fase classificatória, a URT está no G4, em quarto lugar, atrás apenas de Atlético, América e Cruzeiro e tendo pela frente o Boa, no próximo domingo no Zama Maciel e os dois jogos subsequentes contra Patrocinense, em Patrocínio e América, em Patos de Minas.
O time de Welington Fajardo tem 100% de aproveitamento no Zama Maciel, com as vitórias sobre Uberlândia, Caldense e Coimbra. Na última rodada, aconteceu a primeira vitória fora de casa, três pontos importantes sobre o Athletic, em São João del Rei.
O AG ESPORTE entrou em contato com Welington Fajardo, treinador da URT, prá falar desse momento do Trovão Azul, entre os quatro primeiros do Campeonato Mineiro.
AG Esporte:
No último jogo contra o Athletic, notamos algumas variações para melhor no time da URT, dominando o meio-campo e sendo forte na marcação. Que atitudes foram tomadas para que acontecesse essa primeira vitória fora de casa, na competição?
Welington Fajardo:
Temos uma equipe ainda muito nova, com menos de três meses em formação. É a fase de conhecimento dos atletas, da implantação de uma ideia de jogo, o conhecimento da forma de jogar, nas fases defensiva e ofensiva, nas transições e na bola parada.
A partir daí fomos escolhendo os jogadores, dentro das características que priorizamos, dentro do que a gente entendia como um DNA nosso, de gostar de jogar prá frente, propor o jogo e isso deu muito certo em casa. Os resultados não estavam acontecendo fora de casa. Com isso, a gente se reuniu e resolvemos mudar para esse jogo contra o Athletic, em São João del Rei, em cima dos erros que haviam acontecido em outras partidas fora do Zama Maciel.
Entramos com uma equipe mais “alta”, pois a gente sabia que poderia sofrer um pouco na bola parada e também conseguimos povoar um pouco mais o meio-campo e treinamos a bola parada ofensiva, para aproveitar a estatura do nosso time. Comparamos a altura dos times e o nosso levaria vantagem, com Jean Carlos, Pedro Rosa, Matheus Oliveira e os dois zagueiros (Donato e Euller). Com isso, a gente entendia, depois de estudar o adversário, que podia entrar pelo alto. Dentro também de observações de erros que vinham acontecendo nas partidas fora. E a gente conseguiu chegar na formação ideal, que resultou na vitória em São João del Rei.
AG Esporte:
A URT tem 100% de aproveitamento em casa e, no próximo domingo, é contra o Boa no Zama Maciel. Como você espera esse jogo, com o Trovão Azul vindo de uma vitória e o Boa, na zona de rebaixamento, numa situação complicada no Campeonato?
Welington Fajardo:
Disse para meus atletas na quinta que, o Boa tem um jogo a menos e a sua colocação no campenato não representa a qualidade do seu time. Nós analisamos, principalmente, o último jogo contra o Cruzeiro, em que a equipe da capital teve um primeiro tempo muito bom, mas o segundo foi todo do Boa. Uma equipe com jogadores rápidos e de muito vigor físico.
Eles contam agora com a mudança de treinador e que de alguma forma mexe no lado motivacional. Não que eu seja favorável a troca de treinador dentro da competição. A gente sabe que um time que está na zona de rebaixamento, vai vir com a motivação lá em cima, mas nós também estamos com a motivação muito alta de tentar nos manter no G4.
Haja vista a dificuldade que foi de entrar nele, pela formação da nossa equipe, pouco tempo de trabalho, estando muito atrás, por exemplo, de Atlético, Cruzeiro, América, Boa, Caldense, Tombense, que são times que não pararam. Eles continuam desde o ano passado. Nós, não. Montamos o time do zero e essa equipe vai andando conforme a competição, com acertos e erros e a gente tendo que achar soluções, dentro da competição. Teremos um jogo difícil, mas esperamos colher um bom resultado.
AG Esporte:
Antes da competição, você comentou sobre a tabela, sentindo dificuldades no início, pela sequência de jogos. Falou ainda de uma fase intermediária em que a equipe poderia ter um melhor momento e isso aconteceu, tanto é que a URT hoje frequenta o G4. Até onde esse time pode chegar? Vai brigar prá semifinal ou uma participação no Trofeu Inconfidência?
Welington Fajardo:
Antes do Campeonato, falei que a tabela, nos seus primeiros jogos seria muito difícil, pela experiência que tenho dentro do Campeonato Mineiro. Iniciamos contra o Atlético, fora de casa, tivemos o vice-campeão Tombense, em Tombos e aconteceu aquele episódio, antes, do Cruzeiro, que tirou a gente aqui da nossa casa. Praticamente jogamos na casa do Cruzeiro, num jogo em que a gente era mandante.
Acho até que, se não fosse assim, estaríamos num lugar acima do Cruzeiro, no momento. Comentamos também que no meio da tabela, apesar de não ser fácil, nós iríamos ter confrontos com equipes, mais ou menos dentro do que a gente está trabalhando. E aconteceu essa subida de produção, exatamente dentro do previsto.
Muitas vezes a gente prevê, mas não corresponde, porque no futebol acontece muita coisa. Às vezes o time não está bem num dia e surpreende no outro. Mas, a partir da quinta rodada, nosso time subiu na tabela, quase na metade da competição. Foi isso que aconteceu e estamos no G4.
Conversei com os atletas hoje (quinta) sobre isso. Foi muito difícil chegar ao G4 e agora a gente que que jogar o jogo da vida contra o Boa, tentar chegar a 15 pontos e aí decidir nas duas últimas rodadas se vamos conseguir uma semifinal, o que seria muito bom, ou chegar para a disputa do Trofeu Inconfidência, que também é uma conquista importante, marcando de forma positiva a participação da URT.
Mas, nosso pensamento no momento é tentar conseguir uma vaga entre os quatro, mesmo porque não poderia ser diferente, pois estamos entre os primeiros nesse momento da tabela.
Por: Adamar Gomes – Foto: Toninho Cury