Repercutiu não só no país, mas no mundo inteiro, a morte de Edson Arantes do Nascimento, o eterno Rei Pelé. Uma carreira de sucesso no Santos e na Seleção Brasileira, onde participou da campanha do tricampeonato, 1958, 1962 e 1970, com equipes que deixaram suas marcas da história. O corpo de Pelé será velado na segunda-feira (2) e o sepultamento no dia seguinte, em Santos (SP).
Em Patos de Minas, o ex-zagueiro Zé Borges conta a sua história com Pelé e exibe um presente que ganhou do famoso camisa 10. José Borges de Sousa fez parte da seleção mineira, que enfrentava o Santos, quando esse caso aconteceu.
Foi no ano de 1965, na inauguração do sistema de iluminação do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão. Zé Borges pela seleção mineira teria a missão de marcar o grande craque Pelé, do poderoso Santos, que possuia um esquadrão praticamente imbatível naquela época.
No duelo, dois detalhes: o zagueiro patense exerceu uma marcação cerrada sobre o Rei; e além disso, jogou na bola, sem cometer falta. Era uma das características do Zé Borges, zagueiro leal, clássico, sem apelar para “botinadas”.
“Quando terminou o jogo, o Pelé dominou a bola no peito e eu cheguei um pouco atrasado, né. Mas o juiz terminou o jogo e ele pegou a bola e me deu de presente. Lembro direitinho. Ele falou assim: garoto, você jogou muito bem, me marcou bem, mão me deu botinada nem nada, então leva essa bola de presente”, contou Zé Borges.
Conheça um pouco sobre o Zé Borges
O zagueiro apareceu para o futebol na URT, na década de 60, depois de uma passagem pelo infantil do saudoso Pepedro no extinto Tupi Esporte Clube. Da equipe celeste foi negociado com o Renascença em 1963, clube que disputou o Campeonato Mineiro entre 1959 a 1966. Jogava no Estádio dos Eucaliptos da Fábrica de Tecidos do Renascença. Lá teve a oportunidade de atuar no mesmo time que tinha outro que se tornaria um astro do futebol, Wilson Piazza.
De Belo-Horizonte, o habilidoso zagueiro foi negociado com o Valeriodoce de Itabira, sagrando-se campeão mineiro da segunda divisão. Deixou seu nome gravado na terra do poeta Drummond. O seu próximo destino foi o Uberlândia em 1971 e, pela mesma forma, mostrou toda a sua ciência futebolística.
José Borges de Souza mais conhecido na família como “Cascudinho”, vestiu a camisa do Villa Nova por um curto espaço de tempo, sagrou-se campeão brasileiro da segunda divisão e entrou para a galeria dos destaques do Leão do Bonfim, sendo incluído na enciclopédia do jornalista Wagner Augusto Álvares de Freitas. Depois disso, ele retornou ao Uberlândia, pendurando as chuteiras na União Recreativa dos Trabalhadores, a URT.
Zé Borges continuou no mundo da bola, como supervisor, no Uberlândia, Valeriodoce, Ipiranga de Manhuaçu e América Mineiro. Aposentou-se em 2001, disposto a não mais trabalhar no futebol.
No entanto em 2009, aceitou convite para participar da montagem do time do Mamoré, que estava retornando as atividades, depois da mudança do Waldomiro Pereira para o Estádio Bernardo Rubinger de Queiroz e faturou de forma invicta no Campeonato Mineiro da Segunda Divisão.
Por: Adamar Gomes